A dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na aprendizagem e automatização das competências de leitura e escrita, em crianças inteligentes sendo a sua origem neurobiológica. As crianças com dislexia revelam muitas dificuldades em adquirir e desenvolver o mecanismo da leitura e da escrita. Apesar destas dificuldades, as crianças disléxicas apresentam uma eficiência intelectual normal ou superior, podendo evidenciar capacidades acima da média em determinadas áreas que não dependem da leitura e escrita (desenho, desporto, música, etc.).
OS PRIMEIROS SINAIS:
− Começou a falar mais tarde ou apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento.
− Na leitura troca letras ou inventa palavras ao ler um texto.
− A sua leitura é bastante lenta e inadequada para a idade.
− Não gosta de ler e distrai-se com muita facilidade.
− Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade intelectual.
AS PRINCIPAIS DIFICULDADES:
O disléxico tem uma deficiência na descodificação dos símbolos escritos, o que o impossibilita de compreender o significado de um texto. Quando lê, a sua atenção está voltada para o código, em consequência, esquece o sentido do que acabou de ler. A velocidade normal de leitura de uma palavra é de 200 a 300 milissegundos. O disléxico leva em média 600 milissegundos. A maioria dos disléxicos tem também disgrafia, que é uma caligrafia irregular. Possui também dispraxia (pouca eficiência motora), consequentemente não consegue organizar-se no espaço da folha do caderno. As letras geralmente variam de tamanho e não respeitam as linhas.
O disléxico lê sem respeitar a pontuação e muda as palavras, pois, devido ao seu problema de sequenciação, não identifica correctamente o fim das mesmas. O disléxico revela um fraco domínio do sistema ortográfico, pois possui a dificuldade de identificar e discriminar a representação gráfica.
O disléxico não consegue transformar os seus pensamentos em código escrito. Para ele, elaborar um texto é extremamente laborioso, devido às dificuldades em construir sequências e parágrafos num sentido lógico-gramatical. Em consequência, o texto sai extremamente pobre, discrepante com o conteúdo da sua imaginação.
O disléxico não consegue decorar regras gramaticais, por causa dos seus problemas de memória.
Estes alunos revelam também muita dificuldade na expressão oral, porque a linguagem oral também depende da habilidade fonológica, pois é necessário que se vá até ao “dicionário interno”, se seleccione os fonemas apropriados, se coloque em sequência lógica e se expresse a palavra.
Para os pais, aqui têm alguns conselhos. Não podem acreditar que o problema vai passar sem nenhuma intervenção, porque a dislexia não é resolvida com o tempo e nem com um passe de magia.
É de extrema importância que os pais de uma criança com esses sinais procurem um profissional (psicólogo ou pedagogo) especializado em Psicopedagogia para iniciar o processo de avaliação.Para complementar, outros profissionais devem ser consultados para que, juntos, elaborem o diagnóstico.
ResponderEliminarUma verdadeira avaliação vai permitir dar condições para um acompanhamento mais eficaz das dificuldades, assim como a resultados mais concretos. Aconselho um outro livro “Compreender a Dislexia” de Kathleen Hennigh da Porto Editora. É um guia para pais e educadores onde se encontra metodologias e técnicas de ensino para crianças disléxicas.