sábado, 3 de setembro de 2011

EDUCAR é diferente de ENSINAR

  

   Nunca é demais sublinhar que existe uma diferença enorme entre EDUCAR e ENSINAR. O nosso sistema educacional não está voltado para o educar, e por incrível que pareça é totalmente dedicado a ensinar. Mas onde está a diferença e a incongruência?
   Para um aluno ser educado, não é suficiente que ele vá a aula para, no mais das vezes, obter conhecimentos desprovidos e não relacionados. Transmitir conhecimento não é Educar. Quando muito, é Ensinar. O problema é que alguém ainda acredite, em pleno século XXI, que algum professor possa ter mais “conhecimento” acumulado que os meios tecnológicos. O que restaria a um professor fazer seria Educar seus alunos. Trabalharia desenvolvendo a MORAL, criando cidadãos que realmente possam conviver em sociedade, elevando o nível social do ambiente que vivem.
   Aquele professor orador, escritor de quadro negro, transmissor de conhecimentos … acabou e ele precisa receber orientaçoes para ultrapassar essa missão que, se em algum momento foi útil, hoje é redundante e sem consequência. Disputar com a Wikipédia ou com a Google sobre quem sabe mais sobre alguma coisa, é absurdo. Saber o que fazer com essas coisas acumuladas em bancos de dados de peta bytes de capacidade, isso sim faz sentido.
   Importante salientar-se que “exercitar professores” não é fazê-los frequentar aulas, seminários, workshops ou qualquer outra coisa que signifique oferecer mais conteúdos. Nesse momento, precisamos orienta-los em Dinâmica de Grupo, ou seja, em técnicas desenvolvidas cientificamente para conduzir os grupos de estudantes ao seu desenvolvimento mental pleno.
   Ainda hoje, a maioria dos professores tem no “poder” uma arma para atuar em sala de aula. Justificam isso frente as enormes dificuldades de comunicação, a indisciplina reinante, a falta de interesse do aluno, enfim … Mas a fórmula não é essa, e isso fica evidente no trabalho de alguns mestres que conseguem fazer-se amados por seus alunos. Não são muitos, mas existem, e dão um exemplo formidável que deve ser seguido. O professor deveria ser amado pelos seus alunos, tornando-os seguidores. Os alunos devem gostar de suas matérias, e isso acontece na proporção direta do afeto que o professor transmite e que cria uma relação de alto nível. Afeto, interesse e desenvolvimento andam juntos.
    Mas quando vemos uma LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da Educação Nacional baseada em salas de aula para transmissão de conhecimentos, fica claro que isso é ainda uma meta longínqua. Temos que modernizá-la, é claro, mas sabendo que não é a Lei que faz a escola, mas sim seus professores e gestores, que estão atrasados pelo menos em um século.

1 comentário:

  1. Amiga, não podia estar mais de acordo contigo, pois educar é muito diferente de ensinar!.. Ensinar é ministrar e/ou transmitir conhecimento, informação; é instruir e/ou treinar. Enquanto educar está intrinsecamente associado aos valores, normas, atitudes, ações e procedimentos universalmente válidos, éticos e morais; baseia-se, com efeito, em comportamentos, valores e princípios que visam o aperfeiçoamento da vida e da dignidade do ser humano.
    Paulo Freire dizia que:”Ensinar é trabalhar os conteúdos educacionais (...)”
    e” Educar é a experiência e o exercício educativos na formação moral do educando.”
    Para finalizar o meu comentário vou citar Rubem Alves:
    “Educar não é ensinar respostas. Educar é ensinar a pensar!”
    Parabéns aos educadores que acreditam neste sublime ato de educar.

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