Evidências no dia-a-dia mostram que existe um interesse, cada vez mais generalizado dentro da população, em conhecer e relacionar-se corretamente com as pessoas que têm uma deficiência.
Apresenta-se uma síntese desses comportamentos inclusivos diante de pessoas com deficiência, parte deles transcrita e/ou adaptada de inúmeros textos publicados
Dicas gerais diante de uma pessoa com qualquer tipo de deficiência
- Converse com ela respeitosamente, sabendo que ambos desejam ser respeitados como seres humanos.
- Comporte-se de igual para igual, ou seja, considerando que vocês dois possuem a mesma dignidade.
- Aceite a outra pessoa como ela é, assim como você espera ser aceite da maneira que você é.
- Ofereça ajuda sempre que notar que a pessoa parece necessitá-la. Pergunte antes de ajudar e nunca insista em ajudar. Se ela aceitar a ajuda, deixe que ela lhe diga como quer ser ajudada.
- Lembre-se de que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos garantidos a todos os povos na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição de cada país.
Diante de uma pessoa com deficiência física – que usa cadeira de rodas
- Não se apoie na cadeira de rodas, nem com as mãos nem com os pés. A cadeira de rodas é uma extensão do corpo da pessoa que a utiliza.
- Não receie em falar as palavras “ande”, “corra” e “caminhe”. As próprias pessoas com deficiência física também as utilizam.
- Se a conversa for demorar, sente-se num banco ou sofá de modo que seus olhos fiquem no mesmo nível do olhar da pessoa em cadeira de rodas. Para uma pessoa sentada, não é confortável ficar olhando para cima durante um período relativamente longo.
- Ao ajudar uma pessoa em cadeira de rodas a descer uma rampa ou degraus, use a marcha à ré, para evitar que, pela excessiva inclinação, a pessoa perca o equilíbrio e caia para frente.
- Ande na mesma velocidade do movimento da cadeira de rodas.
- Ao planear eventos, providencie acessibilidade arquitectónica em todos os recintos.
Diante de uma pessoa com deficiência visual - Pessoa cega
- Se andar com uma pessoa cega, deixe que ela segure o seu braço. Não a empurre; pelo movimento de seu corpo, ela saberá o que fazer.
- Em lugares estreitos para duas pessoas caminharem, ponha o seu braço para trás de modo que a pessoa cega a possa seguir .
- Se estiver com ela durante a refeição, pergunte-lhe se quer auxílio para cortar a carne, o frango ou para adoçar o café, e explique-lhe a posição dos alimentos no prato.
- Num restaurante, é de boa educação que você leia o cardápio e os preços, se a pessoa cega assim o desejar.
- Se for auxiliar uma pessoa cega a atravessar a rua, pergunte-lhe antes se ela necessita de ajuda e, em caso positivo, atravesse-a em linha reta, senão ela poderá perder a orientação.
- Se ela estiver sozinha, identifique-se sempre ao aproximar-se dela. Nunca empregue brincadeirinhas como: “Adivinha quem é?”.
- Se for orientá-la a sentar-se, coloque a mão da pessoa cega sobre o braço ou encosto da cadeira, e ela será capaz de sentar-se facilmente.
- Se observar aspectos inadequados quanto à aparência da pessoa cega (meias trocadas, roupas pelo avesso, fecho aberto etc.), não tenha receio de avisá-la discretamente a respeito da sua roupa.
- Se conviver com uma pessoa cega, nunca deixe uma porta entreaberta. As portas devem estar totalmente abertas ou completamente fechadas. Conserve os corredores livres de obstáculos. Avise-a se a mobília for mudada de lugar.
- Se você trabalha, estuda ou está em contato social com uma pessoa cega, não a exclua nem minimize a participação dela em eventos ou reuniões. Deixe que a pessoa cega decida sobre tal participação. Trate-a com o mesmo respeito que demonstra ao tratar uma pessoa que vê.
- Se for orientá-la, dê direções do modo mais claro possível. Diga “direita”, “esquerda”, “acima”, “abaixo”, “para frente” ou “para trás”, de acordo com o caminho que ela necessite percorrer. Nunca use termos como “ali”, “lá”.
- Indique as distâncias em metros. Por exemplo: “Uns 10 metros para frente”.
- Se for a um lugar desconhecido para a pessoa cega, diga-lhe, muito discretamente, onde as coisas estão distribuídas no ambiente, os degraus, etc.
- Se vocês estiverem numa festa, diga à pessoa cega quais as pessoas presentes e veja se ela encontra pessoas para conversar, de modo que se divirta tanto quanto você.
- Se for apresentá-la a alguém, faça com que ela fique de frente para a pessoa a quem você está apresentando, impedindo que a pessoa cega estenda a mão, por exemplo, para o lado contrário em que se encontra a outra pessoa.
- Se conversar com uma pessoa cega, fale sempre diretamente, e nunca por intermédio de seu companheiro. A pessoa cega pode ouvir tão bem ou melhor que você.
- Não evite as palavras “veja”, “olhe” e “cego”; use-as sem receio. As pessoas cegas também as usam.
- Quando se afastar da pessoa cega, avise-a, para que ela não fique falando sozinha.
- A pessoa cega não vive num mundo escuro e sombrio. Ela percebe coisas e ambientes e adquire informações através do tato, da audição e do olfato. Ela pode ler e escrever por meio do Braille.
- Com a bengala ou com o cão-guia, a pessoa cega pode caminhar com autonomia, identificando ou desviando-se de degraus, buracos, raízes de árvores, postes, etc. O cão-guia nunca deverá ser distraído do seu dever de guiar a pessoa cega.
- Ao planejar eventos, providencie material em Braille.
Diante de uma pessoa com deficiência auditiva - Pessoa surda
- Se quiser falar com uma pessoa surda, sinalize com a mão ou tocando no braço dela.
- Enquanto estiverem conversando, fique de frente para ela, mantenha contato visual e cuide para que ela possa ver a sua boca para ler os seus lábios. Se você olhar para o outro lado, ela pode pensar que a conversa terminou.
- Não grite. Ela não ouvirá o grito e verá em você uma fisionomia agressiva.
- Se tiver dificuldade para entender o que uma pessoa surda está a dizer, peça que ela repita ou escreva.
- Fale normalmente, a não ser que ela peça para você falar mais devagar.
- Seja expressivo. A pessoa surda não pode ouvir as mudanças de tom da sua voz, por exemplo, indicando brincadeira ou seriedade. É preciso que você lhe mostre isso através da sua expressão facial, gestos ou dos movimentos do corpo para ela entender o que você quer comunicar.
- Em geral, pessoas surdas preferem ser chamadas “surdos” e não “deficientes auditivos”.
- Se a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete da língua de sinais, fale olhando para ela e não para o intérprete.
- É falta de educação passar por entre duas pessoas que estão a falar através da língua gestual, pois isto atrapalha ou impede a conversa.
- Se aprender a linguagem gestual, estará a facilitar a convivência com a pessoa surda.
- Ao planear um evento, providencie avisos visuais, materiais impressos e intérpretes da linguagem gestual.
in http://papodemagistra.blogspot.com/2010/09/comportamentos-inclusivos-diante-de.html